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Sabado, 15 de Fevereiro de 2025

Brasil

'Temos que fazer da inteligência artificial uma fonte de gerar emprego', diz Lula

Presidente recebeu nesta terça o primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial e disse que discutirá o texto com ministros na semana que vem

La Gauche
Por La Gauche
'Temos que fazer da inteligência artificial uma fonte de gerar emprego', diz Lula
Lula durante cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Durante a cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada nesta terça-feira (30), o presidente Lula (PT) anunciou que o governo federal avançará com o primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). “Nossa inteligência artificial precisa ser realmente inteligente, e queremos transformá-la em uma fonte de empregos para o país. Queremos preparar milhões de jovens para este debate”, afirmou o presidente após receber o PBIA.

“Fico bastante preocupado ao ver notícias que dizem ‘a inteligência artificial pode causar 16 milhões de desempregos’. Se for para isso, eu não quero. Que importância é essa que traz tantos problemas para a sociedade?”, questionou.

“Em todos os debates, reuniões ministeriais e conversas que participo, o tema da inteligência artificial é recorrente. E me pergunto: se é algo tão vantajoso, por que é artificial? Por que é artificial se é a inteligência humana que a controla? No fundo, é a inteligência humana que pode aprimorá-la. Nada mais é do que reunir todos os dados, e as grandes techs já fazem isso sem pedir permissão, sem pagar impostos e ainda cobram e ficam ricas ao divulgar informações que não deveriam. E fico pensando: será que um país com 200 milhões de habitantes, que já tem 524 anos de história, com uma base intelectual respeitada globalmente e um povo tão generoso, que enfrenta adversidades extraordinárias, não pode desenvolver seu próprio mecanismo em vez de depender da inteligência artificial da China, dos EUA, da Coreia do Sul ou do Japão?”, destacou Lula.

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Ele ainda afirmou: “Hoje é o primeiro passo após meu pronunciamento, e não poderia haver algo melhor: após minha declaração, recebo dos cientistas brasileiros uma proposta que será discutida pelo governo, com acompanhamento do Conselho de Ciência e Tecnologia, que monitorará cada passo dado pelo governo. O que vocês apresentaram não deve ser deixado de lado. Na semana que vem, vou me reunir com ministros para apresentar nossa proposta de políticas de inteligência artificial que vocês nos entregaram. A partir daí, tomaremos decisões sobre como implementar isso no país”.

Lula também solicitou que a imprensa não trate o assunto como “algo menor” e fez um desafio: “Convoquem os cientistas para debates ao invés de apenas ouvirem opiniões nos telejornais”. “Vamos discutir a inteligência artificial brasileira. Chamem os cientistas. Preparem uma lista com 500 cientistas para a imprensa. Não falta cientista capaz de debater aqui. Mas, por favor, não procurem por um que não concorde ou que seja contra. Pelo menos façam um debate para mostrar o que vocês [cientistas] conseguiram produzir. Espero que nesta semana haja um debate sobre inteligência artificial para que o país saiba o que estamos discutindo”.

O PBIA foi solicitado por Lula no início deste ano ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. O futuro da IA e as recomendações para novas políticas relacionadas a essa tecnologia serão abordados ao longo da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que enfocará temas urgentes como mudanças climáticas, transição energética, financiamento da ciência, políticas de apoio à inovação empresarial, transição demográfica e outros.

A conferência contará com mais de 50 sessões de debates, com nove agendas simultâneas por turno (manhã e tarde) e sete plenárias. Espera-se que o evento, que teve todas as vagas presenciais esgotadas, receba até 2.200 participantes por dia, além de mais de 2.000 participantes virtuais.

O tema desta edição da conferência é “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”. Além do presidente, participaram da abertura a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, e o secretário-geral da conferência, Sérgio Rezende, entre outras autoridades.

Outros ministros também estarão presentes nas plenárias, como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que abordará “oportunidades e desafios do desenvolvimento sustentável e inclusivo”; Nísia Trindade (Saúde); Camilo Santana (Educação); Flávio Dino (STF) e Jorge Messias (AGU). Durante os três dias de evento, a conferência contará com mais de 320 palestrantes, incluindo autoridades e gestores da área de CT&I, educação e áreas relacionadas, reitores, especialistas, representantes de entidades e membros da sociedade civil.

O principal objetivo da conferência é elaborar a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser implementada até 2030, conforme decreto presidencial, e definir ações para os próximos anos com a contribuição do governo, cientistas, entidades e representantes da sociedade civil.

Com informações 247.

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