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Sabado, 15 de Fevereiro de 2025

Economia

Recorde histórico: número de brasileiros empregados cresce 1,1% e passa dos 100 milhões em 2023

Dados constam na Pnad Contínua. O percentual de empregados com carteira assinada voltou a crescer em 2023, alcançando 37,4% da população ocupada

La Gauche
Por La Gauche
Recorde histórico: número de brasileiros empregados cresce 1,1% e passa dos 100 milhões em 2023
Lula e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Em 2023, a população ocupada no Brasil alcançou 100,7 milhões de pessoas. Esse número representa um aumento de 1,1% em relação a 2022 (99,6 milhões de pessoas) e de 12,3% em comparação com 2012 (89,7 milhões).

Comparado a 2022, a população em idade de trabalhar cresceu 0,9%, estimada em 174,8 milhões de pessoas em 2023, ano em que o nível de ocupação foi estimado em 57,6%. Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) - Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023, divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou de 2012 (39,2%) a 2014 (40,2%), mas a partir de 2015 começou a cair. Em 2023, voltou a crescer, atingindo 37,4% da população ocupada, comparado a 36,3% em 2022. O número de trabalhadores com carteira assinada em 2023 (37,7 milhões) foi o maior da série histórica. Os empregados sem carteira assinada no setor privado representaram 13,3% em 2023, uma queda de 0,3 ponto percentual em um ano. Apesar da diminuição, a estimativa ainda é uma das maiores da série histórica.

Sem grandes mudanças ao longo da série, os empregados no setor público (incluindo servidores estatutários e militares) mantiveram sua participação em torno de 12% em 2023, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores. Os trabalhadores domésticos mantiveram estabilidade, com o mesmo percentual de 2022, ou seja, 6% dos ocupados. Já entre os empregadores, houve uma interrupção no crescimento observado até 2018 (4,8%), passando para 4,6% em 2019, 4,4% em 2022 e 4,3% em 2023.

Sindicalizados - Em 2023, das 100,7 milhões de pessoas ocupadas, 8,4% eram associadas a algum sindicato, indicando uma redução em relação a 2022 (9,2% dos ocupados), um fenômeno que ocorre desde 2012. As regiões Nordeste (9,5%) e Sul (9,4%) mantiveram os valores mais altos, enquanto Norte (6,9%) e Centro-Oeste (7,3%) registraram os menores índices. De 2012 a 2021 e, novamente, em 2023, o percentual de homens sindicalizados foi maior que o de mulheres sindicalizadas; porém, essa diferença foi de apenas 0,3 pontos percentuais em 2023, com 8,2% entre as mulheres e 8,5% entre os homens.

Em 2023, o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve uma queda na taxa de sindicalização, passando para 15%. Esse setor tem uma participação significativa dos sindicatos de trabalhadores rurais, muitos deles pequenos, da agricultura familiar, especialmente nas regiões Nordeste e Sul. A Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (14,4%) também apresentou queda em 2023. O mesmo ocorreu em outros setores que antes tinham altas taxas de sindicalização, como Indústria geral; Transporte, armazenagem e correio; e Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Em 2023, os empregados com carteira assinada no setor privado, trabalhadores familiares auxiliares e empregados no setor público (incluindo servidores estatutários e militares) apresentaram as maiores taxas de sindicalização, respectivamente, 10,1%, 10,4% e 18,3%. No caso dos trabalhadores familiares auxiliares, essa alta taxa pode ser explicada pela concentração desses trabalhadores em atividades agropecuárias familiares, que têm uma participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais. Por outro lado, empregados no setor privado sem carteira assinada (3,7%) e trabalhadores domésticos (2%) registraram as menores taxas de sindicalização.

De 2022 para 2023, houve uma queda na taxa de sindicalização entre os empregados no setor privado com carteira assinada, de 11% para 10,1%, e entre os empregados no setor público (incluindo servidores estatutários e militares), de 19,9% para 18,3%. Esses dois grupos historicamente possuem os maiores percentuais de filiação, mas também foram os que registraram as maiores perdas nos últimos anos. Isso demonstra que, independentemente do setor de atividade (público ou privado), a retração da sindicalização afeta todos os segmentos ocupacionais. "Percebe-se, então, que a expansão da população ocupada nos últimos anos não se traduziu em um aumento da cobertura sindical no país. Esse resultado pode estar relacionado a diversos fatores, como a forma de inserção do trabalhador na ocupação, as modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, conhecida como reforma trabalhista, e o uso crescente de contratos temporários no setor público", disse o IBGE.

CNPJ - Após um crescimento significativo de 2019 para 2022 (6,3%), o número de empregadores e trabalhadores por conta própria ficou praticamente estável em 2023, sendo estimado em 29,9 milhões de pessoas. Desses, 9,9 milhões (33%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), apontando uma queda em relação a 2022.

A maioria dessas pessoas era formada por homens, 64,6%. No entanto, embora houvesse predominância masculina entre empregadores e trabalhadores por conta própria, o percentual de pessoas com registro no CNPJ era um pouco maior entre as mulheres (34,5%) do que entre os homens (32,3%). Observou-se, de 2022 para 2023, uma queda nesse registro para ambos os sexos: 1,7 e 0,9 pontos percentuais, respectivamente para mulheres e homens.

Os empregadores e trabalhadores por conta própria estavam principalmente concentrados nas atividades de comércio e serviços, com participações de 21,3% e 43,8%, respectivamente. Essas duas atividades também apresentavam as maiores taxas de cobertura no CNPJ, de 46,8% e 38,1%, respectivamente.

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