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No Brasil, cerca de 9,8 milhões de jovens, com idades entre 15 e 29 anos - o que representa aproximadamente 19,9% da população nessa faixa etária - não completaram a educação básica (englobando educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e estão fora das salas de aula, conforme os dados revelados pela pesquisa Juventudes Fora da Escola, conduzida pelo Itaú Educação e Trabalho em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Essa pesquisa baseia-se nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022.
Segundo o levantamento divulgado nesta segunda-feira (11), a maioria desses jovens (78%) vem de famílias com renda per capita de até um salário mínimo (R$ 1.412,00), sendo que sete em cada dez (70%) são negros. Dentre eles, a maioria (43%) não concluiu o ensino fundamental, 22% completaram o ensino fundamental mas não prosseguiram para o ensino médio, e 35% possuem o ensino médio incompleto. A pesquisa indica que oito em cada dez desses jovens estão fora da escola há mais de dois anos, com uma média de seis anos de afastamento.
A grande maioria (84%) desses jovens faz parte da força de trabalho, sendo que 69% estão empregados, sendo que 67% destes trabalham informalmente.
Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, ressalta: "Os dados destacam a importância do mercado de trabalho na tomada de decisão desses jovens que estão fora da escola, seja para abandonar os estudos, seja para retornar a eles. Temos o compromisso constitucional de formar profissionalmente os jovens na escola, garantindo-lhes condições para uma inserção produtiva digna e o desenvolvimento de suas carreiras."
A pesquisa também revela que 73% dos jovens têm a intenção de concluir a educação básica. Entre as principais razões para essa decisão estão a busca por melhores oportunidades profissionais, seja para obter um emprego melhor (37%) ou encontrar emprego (15%), seguido pelo desejo de frequentar a faculdade (28%).
Já os 27% que afirmam não ter intenção de completar a educação básica citaram como principais motivos a necessidade de trabalhar (32%) e o dever de cuidar da família (17%). No geral, 92% dos jovens concordam que concluir a educação básica melhoraria suas perspectivas de emprego.
O Ministério da Educação, em comunicado, informou que o governo federal lançou em 2024 o programa Pé-de-Meia, voltado para apoiar a permanência e conclusão dos estudos de alunos matriculados no ensino médio público. O programa visa democratizar o acesso à educação e reduzir as disparidades sociais entre os jovens do ensino médio, promovendo inclusão social por meio da educação e estimulando a mobilidade social.
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