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Sabado, 15 de Fevereiro de 2025

Justiça

Polícia cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do vereador afastado Pablo Melo em Porto Alegre

Polícia Civil suspeita que político do MDB tenha intermediado compras supostamente ilícitas realizadas pela Secretaria Municipal de Educação. Afastamento tem validade de 180 dias.

La Gauche
Por La Gauche
Polícia cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete do vereador afastado Pablo Melo em Porto Alegre
Vereador de Porto Alegre Pablo Melo (MDB) — Foto: Ederson Nunes/CMPA
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Na manhã desta quarta-feira (13), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete e em endereços particulares do vereador afastado Pablo Melo (MDB), em Porto Alegre. A ação faz parte dos desdobramentos da Operação Capa Dura, que investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo a Secretaria Municipal da Educação (Smed) da capital gaúcha. O vereador, que é filho do prefeito Sebastião Melo (MDB), não teve seu nome envolvido diretamente nas investigações, mas teve seu mandato suspenso por 180 dias.

Agentes da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) chegaram à Câmara Municipal de Porto Alegre por volta das 9h. No local, a operação foi realizada de maneira sigilosa e durou cerca de uma hora e meia. Antes de chegar ao gabinete do vereador, os policiais também estiveram na residência de Pablo Melo, localizada na Zona Sul da cidade.

Max Otto Ritter, delegado da operação, detalhou que a investigação apura delitos licitatórios, além de suspeitas de lavagem de dinheiro, associação criminosa, corrupção ativa e passiva. "É formação de prova. Na verdade, nós investigamos delitos licitatórios e, além dos delitos licitatórios, também supostamente lavagem de dinheiro, associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva", explicou Ritter.

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Pablo Melo, que foi afastado pela Vara de Lavagem de Dinheiro de Porto Alegre, declarou surpresa com a decisão judicial, mas afirmou confiar na justiça e que está à disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos. "Estou absolutamente à disposição das autoridades para qualquer tipo de esclarecimento. Confio na justiça e tenho certeza de que todos os fatos serão apurados o mais rápido possível. O maior interessado que isso aconteça sou eu", disse o vereador em nota.

Desdobramentos da Operação Capa Dura

A Operação Capa Dura já resultou em outras ações, incluindo o cumprimento de mandados de afastamento e prisão de pessoas envolvidas em um esquema de corrupção na Smed. Na terça-feira (12), dois suspeitos foram presos, e outros dois afastados de suas funções públicas. Entre os detidos estão Reginaldo Bidigaray, ocupante de Cargo em Comissão (CC) na Procuradoria-Geral do Município (PGM), e o advogado Maicon Callegaro Morais, que já teve funções no Departamento Municipal de Habitação (Demhab).Com informações da G1RS

Os afastados incluem o ex-vereador Alexandre Bobadra (PL) e Mateus Viegas Schonhofen, que ocupa um cargo de confiança na PGM e é tesoureiro do MDB em Porto Alegre. Ambos foram afastados por 180 dias.

A Prefeitura de Porto Alegre, por meio de nota oficial, afirmou que tomou as primeiras medidas investigativas já em junho de 2023, a partir de uma determinação do próprio prefeito Sebastião Melo. "A gestão repudia qualquer malfeito com dinheiro público e seguirá atuando em plena colaboração com as investigações", diz a nota.

O que está sendo investigado

As investigações começaram após denúncias de possíveis fraudes licitatórias na Smed. A apuração inicial revelou que houve um desperdício de material escolar armazenado em depósitos e escolas da cidade. Em seguida, foi identificado o suposto direcionamento de compras da Secretaria para um grupo econômico específico. Entre as negociações suspeitas, destacam-se a venda de 500 mil livros didáticos e de literatura e a aquisição de 104 laboratórios de ciências e matemática, totalizando R$ 43,2 milhões.

A Polícia Civil investiga se houve vantagens indevidas para agentes públicos em troca da concretização dessas transações. A apuração também busca identificar a possível participação de membros da prefeitura e do sistema educacional em um esquema de corrupção que teria favorecido empresas específicas em contratos milionários.

Reações das defesas

A defesa de Mateus Viegas Schonhofen afirmou que ainda não teve acesso aos autos da investigação, enquanto a defesa de Reginaldo Bidigaray também se manifestou, dizendo que aguardam acesso ao processo para fornecer esclarecimentos. Já a defesa de Maicon Callegaro Morais classificou a prisão como "prematura e descabida", e a de Alexandre Bobadra indicou que irá analisar os documentos para entender o envolvimento do ex-vereador no caso.

A operação segue em andamento, e novas diligências podem ser realizadas conforme o avanço das investigações. Com informações da G1RS

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