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Domingo, 18 de Maio de 2025

Brasil

Governo federal destina R$ 39 milhões do Fundo Amazônia a extrativistas do Amazonas

Projeto beneficia 2,4 mil famílias no médio Juruá com fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis e ampliação do Comércio Ribeirinho

La Gauche
Por La Gauche
Governo federal destina R$ 39 milhões do Fundo Amazônia a extrativistas do Amazonas
(Foto: Robson Cunha/BNDES)
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O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram nesta quinta-feira (3), segundo informações do site oficial do MMA, um investimento de aproximadamente R$ 39 milhões do Fundo Amazônia em apoio a pequenos produtores rurais e extrativistas no estado do Amazonas. A iniciativa vai beneficiar diretamente 2,4 mil famílias — mais de 10 mil pessoas — distribuídas em 76 comunidades da região do médio rio Juruá.

A ação será executada pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), em parceria com outras quatro associações locais. O objetivo é consolidar cadeias socioprodutivas sustentáveis nas áreas de óleos vegetais, açaí e pescado, fortalecendo a economia regional e promovendo o desenvolvimento com base na preservação da floresta. A iniciativa contempla comunidades ribeirinhas com difícil acesso a centros urbanos — em alguns casos, a viagem até uma cidade pode levar até 52 horas.

Com recursos não reembolsáveis, o projeto viabiliza a melhoria da qualidade dos produtos locais por meio de investimentos em beneficiamento, transporte e armazenagem, além da capacitação de cerca de 1.190 pessoas. A proposta inclui ainda a implantação de sistemas agroflorestais em áreas degradadas e o manejo florestal sustentável de 1,8 milhão de hectares, com impactos positivos na conservação da biodiversidade e na geração de renda.

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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância da iniciativa para a permanência das populações tradicionais em seus territórios e para o fortalecimento da economia regional. “Esse projeto vai aprimorar os processos produtivos agroextrativistas e contribuir para preservar uma área da Amazônia geograficamente bastante isolada e que apresenta grande biodiversidade”, afirmou.

Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o apoio à sociobioeconomia amazônica é essencial para manter os modos de vida tradicionais e garantir a conservação da floresta. “O projeto fortalecerá as cadeias de sociobioeconomia da Amazônia, beneficiando sobretudo comunidades extrativistas que conservam a floresta porque dela dependem para sua subsistência e manutenção de seus modos de vida”, destacou. “Aplicados na aquisição de equipamentos, construção de infraestrutura e capacitação, os recursos do Fundo Amazônia apoiarão a organização social dessas comunidades e ajudarão a garantir sua segurança alimentar”, completou.

Entre as ações contempladas pelo projeto, está o fortalecimento do Comércio Ribeirinho da Cidadania e Solidário — tecnologia social criada pela Asproc há cerca de 15 anos. A iniciativa utiliza balsas para transportar produtos entre comunidades e já atende mais de 600 famílias em 55 comunidades de Carauari, promovendo a geração de renda e facilitando o acesso a bens de consumo sem a necessidade de longos deslocamentos.

O novo aporte permitirá a construção de entrepostos fluviais, a recuperação de estradas vicinais e igarapés, além da reforma e ampliação de estruturas existentes para dinamizar a economia local. “O desafio histórico das organizações de base é receber apoio público para investir nos processos produtivos sustentáveis de resultado direto na região de atuação”, explicou o presidente da Asproc, Ecivaldo Dias. “Essa parceria com o BNDES, por meio do Fundo Amazônia, é uma oportunidade excepcional para fortalecer o protagonismo das populações tradicionais na proteção da biodiversidade por meio da consolidação das cadeias produtivas locais e do desenvolvimento territorial, com foco na inclusão social, política e econômica de quem, de fato, pode mudar o destino da Floresta Amazônica”, concluiu.

O Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES e coordenado pelo MMA, já apoia atualmente 125 projetos, somando aproximadamente R$ 3 bilhões em investimentos. Ao todo, 239 mil pessoas foram beneficiadas com atividades produtivas sustentáveis e 75 milhões de hectares de floresta passaram a ter manejo sustentável. As informações completas sobre os projetos estão disponíveis no site do Fundo.

A Asproc, que lidera a execução da nova iniciativa, é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1994, com sede em Carauari. Reúne hoje 943 famílias associadas e cerca de 4,1 mil pessoas em 46 comunidades. Para viabilizar o projeto, a organização se articula com outras quatro entidades do médio Juruá: Amaru, Codaemj, Astruj e Aspodex, fortalecendo a governança local e ampliando o alcance das ações de desenvolvimento sustentável.

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