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Quinta-feira, 27 de Marco de 2025

Justiça

Entenda todos os detalhes da operação Hora da Verdade, que deve levar Bolsonaro à cadeia

Ex-presidente liderou uma conspiração para tentar impedir a posse do presidente Lula

La Gauche
Por La Gauche
Entenda todos os detalhes da operação Hora da Verdade, que deve levar Bolsonaro à cadeia
(Foto: ABr | Reuters | Polícia Federal)
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A Agência Brasil informa que em 8 de fevereiro, uma operação da Polícia Federal foi deflagrada, tendo como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros membros de seu governo, incluindo ministros de Estado e militares. Eles são suspeitos de fazer parte de uma suposta organização criminosa envolvida em um plano de golpe de Estado. A operação recebeu o nome de "Tempus Veritatis", que significa "Hora da Verdade".

A ação foi iniciada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, concordar em colaborar com as investigações da Polícia Federal. O acordo foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo as investigações, o grupo teria elaborado um documento, com a participação de Bolsonaro, que propunha diversas medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros da Suprema Corte. Além disso, promoveram reuniões para disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e monitoraram o ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável por autorizar a operação.

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A Polícia Federal executou 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Por ordem de Moraes, os investigados estão proibidos de se comunicar e de deixar o país. Também devem entregar seus passaportes em 24 horas e estão suspensos de exercer funções públicas. Todas as medidas foram autorizadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Entre os alvos de busca e apreensão estavam o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Foram presos Felipe Martins e o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ambos ex-assessores especiais de Bolsonaro, e o major Rafael Martins de Oliveira. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, acabou sendo preso por porte ilegal de arma, em Brasília, no momento que os agentes cumpriam o mandado de busca e apreensão contra ele.

As investigações indicam que a organização se dividiu em seis núcleos para planejar o golpe e atacar o Estado Democrático de Direito: o núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; o núcleo de incitação ao golpe entre militares; o núcleo de atuação jurídica; o núcleo de coordenação de ações de apoio operacional; o núcleo de inteligência paralela, e o núcleo de oficiais de alta patente que legitimavam todas as ações.

A operação abrangeu vários estados, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal. O Exército acompanhou o cumprimento de alguns mandados.

Segundo a Polícia Federal, o grupo elaborou uma minuta de decreto com o objetivo de executar o golpe. O texto previa, entre outras medidas, a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e também do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Após receber o texto, Bolsonaro solicitou mudanças, mas concordou com a prisão de Moraes e a realização de novas eleições.

Além disso, foi revelada uma reunião convocada por Bolsonaro com a alta cúpula do governo, em 5 de julho de 2022. No encontro, Bolsonaro exigiu que todos os ministros seguissem a mesma narrativa sobre supostas fraudes eleitorais. O general Augusto Heleno chegou a afirmar que era necessário agir antes das eleições presidenciais de outubro para garantir a permanência de Bolsonaro no poder. A partir dessa reunião, foram realizadas uma série de eventos para planejar o golpe, incluindo a disseminação de desinformação sobre as eleições e a Justiça eleitoral.

A Polícia Federal também identificou que o grupo monitorou os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes entre Brasília e São Paulo, em diversas datas de dezembro de 2022. Esse monitoramento foi descoberto em mensagens trocadas entre Mauro Cid e o coronel do Exército Marcelo Câmara.

Por fim, integrantes do grupo trocaram mensagens sobre a organização dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em ataques e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Mauro Cid e o major do Exército, Rafael Martins de Oliveira, conversaram sobre a ida de uma caravana do Rio de Janeiro para os atos, e Oliveira estimou os gastos em cerca de R$ 100 mil.

Esses diálogos indicam que Rafael de Oliveira coordenou os manifestantes durante os ataques, sob a orientação de Cid, responsável pelo financiamento dos atos.

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