A pastora Denise Seixas, viúva do apóstolo Rina e ex-integrante da liderança da Igreja Bola de Neve, encaminhou uma comunicação oficial ao Ministério Público do Estado de São Paulo, após identificar indícios de irregularidades envolvendo Everton Cesar Ribeiro, ex-diretor financeiro da denominação e proprietário da empresa SIAF Solutions. A empresa é responsável por fornecer o sistema de gestão financeira para as igrejas da Bola de Neve, uma das maiores denominações evangélicas, presente em mais de 30 países. A informação foi inicialmente divulgada pelo portDe acordo com a defesa de Denise, há suspeitas de desvio de recursos financeiros, com a acusação de que Everton, eal UOL.
m colaboração com outros membros do conselho da igreja, teria tentado assumir o controle administrativo da instituição. Em resposta, Everton rebateu as alegações, negando qualquer envolvimento com práticas irregulares. Ele, inclusive, detalhou o funcionamento do sistema usado para a arrecadação de doações nas centenas de igrejas da Bola de Neve, esclarecendo como as transações financeiras são monitoradas e gerenciadas.
A acusação central é de que Everton retirou documentos e um computador da sede da igreja e, em seguida, se recusou a justificar contratos com empresas que têm vínculos com ele ou sua família. Segundo a defesa da pastora, isso dificultou a transparência financeira da organização religiosa. Em entrevista, o advogado de Everton, Aristides Zacarelli Neto, afirmou que até o momento não foi recebida qualquer notificação sobre o processo judicial e que o computador mencionado por Denise seria, na verdade, um notebook pessoal, que nunca foi requisitado formalmente pela pastora.
A situação ganha contornos ainda mais complexos quando se observa a gestão das doações feitas pelos fiéis da Bola de Neve. A defesa de Denise alega que a SIAF Solutions retinha entre 3% e 5% de cada doação feita via maquininhas de cartão, valores estes que seriam cobrados sem transparência. No entanto, Everton negou essa acusação, afirmando que a taxa praticada pela SIAF é inferior às de outras empresas do ramo, sendo administrada pelas bandeiras de cartões e instituições bancárias, e que seria impossível reter tais valores de forma pessoal.
O conselho da igreja, em nota oficial, esclareceu que, quando surgiram as primeiras denúncias contra a SIAF, foi aberto um processo interno de sindicância, sem que houvesse evidências de irregularidades. Os representantes da Bola de Neve também afirmaram que a remuneração dos serviços prestados pela SIAF é referente à operação e manutenção do software utilizado desde 2018, e que essa contratação seguiu um processo de licitação interna. Denise, no entanto, contesta essa versão, alegando que o procedimento licitatório nunca ocorreu e que ela, enquanto vice-presidente da igreja, desconhecia a contratação da empresa.
Além disso, o advogado de Everton explicou que a remuneração das maquininhas de cartão é paga pela empresa Granito Meios de Pagamento, e não pela Bola de Neve. A Granito, segundo Everton, repassa uma pequena comissão para a SIAF, mas o percentual é bem abaixo dos 3% a 5% mencionados pela defesa da pastora. A SIAF, de acordo com Everton, oferece um software que integra e centraliza a gestão das arrecadações das igrejas, facilitando o monitoramento dos recursos. Com informações 247
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