Jair Bolsonaro (PL) deve adotar a estratégia de ignorar o julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode torná-lo réu por participação em um plano golpista De acordo com parlamentares bolsonaristas ouvidos pela coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, Bolsonaro estará em Brasília nesta terça-feira (25), data marcada para o início da análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas não há previsão de que ele acompanhe presencialmente o julgamento. Ele também não deverá participar do encontro político organizado por deputados e senadores da direita na capital federal.
Nesse mesmo dia, lideranças conservadoras planejam uma reunião para discutir a pauta legislativa no Congresso Nacional e reforçar o esforço pela aprovação do chamado PL da Anistia, que pretende anular punições relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
A ausência de Bolsonaro no julgamento é parte de uma estratégia definida por seus aliados no Legislativo. “A orientação é que ele demonstre indiferença, como forma de reforçar a narrativa de que está sendo perseguido politicamente pelo Supremo”, disse um deputado do PL sob reserva, de acordo com a reportagem. A aposta é manter o discurso de vítima e evitar o desgaste da exposição direta durante o processo.
A Primeira Turma do STF reservou três sessões para julgar a denúncia da PGR, sendo duas programadas para os dias 25 e 26 de março. A análise começará na manhã de terça e pode se estender até a quarta-feira. Compõem o colegiado os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, organizou a acusação em núcleos, conforme os eixos de atuação identificados pela Polícia Federal na suposta tentativa de golpe. Bolsonaro foi incluído no primeiro grupo, considerado o mais relevante, por envolver os supostos líderes da trama.
Além do ex-mandatário, esse núcleo inclui ex-ministros do seu governo, como Walter Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), todos apontados pela PF como peças centrais na articulação golpista.
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