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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2024

Política

Bolha bolsonarista será mantida, mesmo com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro

Narrativa de perseguição política, ainda que falsa, mantém a coesão da direita

La Gauche
Por La Gauche
Bolha bolsonarista será mantida, mesmo com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução
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Uma recente investida da Polícia Federal, que culminou na detenção de Filipe Martins e outros colaboradores do ex-mandatário Jair Bolsonaro, não parece abalar o núcleo do bolsonarismo no Brasil. A firmeza manifestada pelos seguidores do ex-presidente em plataformas digitais sugere que a narrativa de perseguição política, mesmo que infundada, fortalece a coesão da esfera bolsonarista. É o que pontua o articulista Bruno Soller, que analisa dados de análise de redes sociais.

É relevante notar que, de acordo com estudos, os apoiadores de Bolsonaro demonstram uma inclinação maior pela democracia em comparação com os seguidores de outros líderes políticos, como Lula. Essa inclinação evidencia nuances na compreensão política do país, indicando que o respaldo ao presidente transcende sua figura pessoal, conectando-se a valores e ideais que ultrapassam questões individuais.

Conforme sua análise, a polarização política persistirá como uma marca distintiva do panorama brasileiro, com a esfera bolsonarista mantendo sua robustez e união, mesmo diante de desafios como a possível prisão do ex-presidente. Tal coesão é nutrida pela narrativa de que o presidente é alvo de perseguição política por parte de instituições como o STF, reforçando o sentimento de identidade e pertencimento entre os seguidores do bolsonarismo.

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BRASÍLIA (Agência de Notícias) – O então chefe de Estado Jair Bolsonaro pressionou, durante uma reunião ministerial em julho de 2022, seus colaboradores mais próximos a agirem antes das eleições de outubro. Propôs a elaboração de uma declaração conjunta com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) numa tentativa de conferir credibilidade a questionamentos infundados sobre a integridade das urnas eletrônicas e chegou a insinuar que, se as coisas não dessem certo, estaria disposto a deixar o Palácio do Planalto "detido por supostos atos antidemocráticos".

Em uma alegação de conspiração, Bolsonaro também atacou vigorosamente uma suposta trama liderada pela cúpula do Judiciário para favorecer seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva.

Essas informações constam da íntegra de um vídeo de uma reunião ministerial de uma hora e meia no Palácio do Planalto em 5 de julho, repleta de discussões sobre estratégias, ideias e diretrizes relacionadas à eleição presidencial daquele ano e à preocupação em assegurar a permanência de Bolsonaro no poder. O vídeo foi apreendido com o delator e ex-auxiliar de ordens do então presidente, Mauro Cid, e divulgado nesta sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A divulgação do vídeo na íntegra ocorreu após trechos editados, especialmente das falas mais incisivas de Bolsonaro e de seus colaboradores, terem sido compartilhados nas redes sociais. Isso aconteceu também um dia após a maior operação da PF relacionada a uma tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro, quatro ex-ministros de seu governo e o presidente do PL, seu partido, Valdemar Costa Neto.

Bolsonaro aproveitou a reunião para instar seus ministros a amplificar a narrativa sobre fraude nas urnas. Em várias ocasiões, ele — assim como colaboradores como o chefe do GSI, Augusto Heleno, os ministros da Defesa, Paulo Nogueira, da Justiça, Anderson Torres, e da CGU, Wagner Rosário — defendeu uma ação mais enérgica, chegando alguns deles a apelar para um suposto clima de pânico e à possibilidade de reação em caso de uma eventual vitória de Lula.

"Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida de que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições", disse Bolsonaro, sem apresentar qualquer prova das alegações.

O ex-presidente repetiu, ao longo de toda a reunião, alegações de fraude nas urnas. Chegou a afirmar, ironicamente, que as pesquisas de intenção de voto estavam corretas ao indicar a vitória de Lula. Não porque essa fosse a vontade da população, mas porque esses eram "números que estão dentro dos computadores do TSE" (Tribunal Superior Eleitoral).

A reunião foi uma das várias convocadas por Bolsonaro com regularidade — normalmente não relacionadas às eleições — e contou com a presença da maioria de seus ministros, incluindo Paulo Guedes, da Economia, e Fábio Faria, das Comunicações. O encontro no Palácio do Planalto durou cerca de três horas, de acordo com a agenda de Bolsonaro naquele dia, mas apenas metade foi registrada em vídeo.

O ex-presidente usou sua fala para exigir enfaticamente que os ministros repetissem as alegações de fraudes nas urnas.

"Daqui para frente quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui e vou mostrar. Se não quiser, ele vai ter que me dizer porque não quer falar. Se mostrar onde está errado eu topo. Se não tiver argumentos para me demover do que eu vou mostrar, não vou querer papo com esse ministro, está em lugar errado", afirmou.

O que Bolsonaro mostrou posteriormente foi discutido publicamente em uma reunião de embaixadores, onde ele levantou questionamentos sobre as fraudes nas urnas.

O então presidente propôs a divulgação de uma declaração conjunta com a OAB questionando a credibilidade das urnas eletrônicas — o que não se concretizou. Outras propostas foram sugeridas, como a do chefe da CGU, que defendeu uma força-tarefa sobre o assunto, e do titular da Defesa, que propôs reforçar as contestações sobre o processo eleitoral.

Desde sua atuação como deputado federal, Bolsonaro

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