O acidente na Rua São José que viralizou, causado por negligência primária da empreiteira e que poderia ter gerado consequências ainda mais sérias, não foi surpresa. Esquecer de sinalizar ou avisar os moradores da rua sobre intervenções drásticas no entorno se tornou a regra.
Meses atrás, em um par de horas, máquinas derrubaram o corredor verde de árvores, de surpresa e sem um motivo imediato, a não ser desimpedir a visão de um empreendimento. Os moradores da São José foram deportados de seu lugar e obrigados a olhar a estátua da Liberdade, na verdade uma cópia degenerada do monumento original, espelhando um conceito igualmente degenerado de liberdade. Mão livre para usar o poder econômico.
Da mesma forma, a vizinhança sofre com a barbárie sonora do Tape Porã. As autoridades nada fazem para coibir. Se estão insatisfeitos, que se mudem e vendam suas casas. A ameaça comunista chegou tarde, pois são alguns especuladores imobiliários capitalistas que desafiam o direito à propriedade.
O que ocorreu com a moradora que caiu na vala foi, tão somente, a continuidade da truculência da especulação imobiliária aplicada na rua São José. Um projeto que desconsidera os cidadãos, as árvores, os sapos do banhado e, agora sabemos, regras primárias de segurança.
Entre os 300 mil itens da tal loja, deveriam oferecer bom senso, empatia, silêncio e respeito aos vizinhos da rua São José e suas propriedades.
Comentários: