O Governo Lula fará mudanças na sua comunicação com a população brasileira.
Publicidade
Mudança na Secretaria de Comunicação - sai Pimenta, entra o marqueteiro da campanha de 2022.
Mudança de linha e de forma de comunicar, com certeza.
Necessária, visto que o governo entrega muitos resultados, mas isso não tem batido de maneira consistente na outra ponta, que é a população.
Tem as realizações da área econômica, tem as realizações dos programas de distribuição de renda, tem os programas da área educacional, as obras de infraestrutura, e assim por diante...
O governo entrega muito, mas lucra pouco em termos de aprovação.
O que pode parecer algo contraditório, mas não é.
Tem a ver com a percepção que a população tem do governo e de suas ações.
Uma comunicação que, ou não chega na ponta (na população), ou que chega de maneira não-assimilável , não-convincente, e que, principalmente , não cria um sentimento de satisfação com as políticas públicas alcançadas a esta mesma população, é um problema.
A ser resolvido rapidamente e de forma certeira.
Fazer um bom governo, mas que não é assim percebido e visto pela população é algo politicamente mortal.
Mas....a questão não se resume a um só órgão...nem se resolve mexendo em um único setor do governo....é mais que isso.
É preciso que a comunicação das realizações não fique somente a cargo da Secom, e muito menos nas costas de Lula, para divulgar as entregas do governo.
É preciso que também os ministros do governo façam sua parte - que estes façam comunicação contínua e consistente das realizações das suas pastas.
Não é aceitável que um ministro usufrua politicamente da pasta que ocupa no governo, e não faça propaganda deste mesmo governo, sobretudo das entregas sob sua gestão.
Obviamente que a linha de comunicação tem que ser sintonizada e única para não criar bagunça dentro do governo, mas ela deve acontecer.
Mas, mesmo que se melhore a comunicação com a população, há outras coisas a se considerar.
Importantíssimas.
Que dizem respeito à presente conjuntura política e social do país.
Por mais que o governo entregue resultados e que comunique bem isso, de forma convincente, jamais alcançará índice de aprovação e aceitação como nos dois primeiros governos de Lula, por exemplo.
Por motivos explícitos.
Primeiro, pelo menos um terço da população brasileira rejeita, de forma absoluta e inflexível, Lula, o PT, a esquerda como um todo e o governo.
É basicamente a mesma porção que antes se alinhava aos tucanos, e que agora está imantada nas ideias da extrema direita.
Com o agravante de que esta promove um ódio e uma rejeição inflexíveis e insuperáveis.
Mesmo que o governo criasse um programa no qual levasse a qualquer um destes adeptos da extrema direita no colo, de casa para o trabalho, e vice-versa, e ainda oferecesse mordomo para acompanhar e servir suco gelado, mesmo assim não haveria aceitação. É uma repulsa inflexível . Com ou sem boa comunicação.
Somemos a isso a grande massa neopentecostal - milhões de brasileiros que são convencidos sistematicamente a rejeitar o governo Lula, o PT, a esquerda, por conta do fundamentalismo religioso insano, que lhes impõe na cabeça uma pauta conservadora, calcada em mentiras, medos, deturpações.
Tem também o chamado "mercado", que, a despeito dos bons resultados do governo na economia ( e até por conta destes resultados), tem repulsa ideológica pelo governo.
Tá, vamos combinar ..... o "mercado" não é muita gente, mas faz um barulho medonho porque controla a grande mídia do país, e aí joga pesado na contra-informação negativa, jogando para baixo a imagem do governo, diariamente e atingindo milhões de brasileiros.
Tem também a maioria da turma do agro, que tem uma repulsa ideológica, e preconceituosa, contra o governo, contra Lula, contra o PT, contra a esquerda.
E,por óbvio, há mais outros fatores...
Tá vendo então... que o quadro não é assim tão simples.
É essencial que o governo faça uma comunicação melhor, convincente, que atinja e sensibilize a maioria da população do país.
Mas é preciso que se tenha noção destes limites acima mencionados.
Friso aqui, que jamais este governo terá índices de aceitação e aprovação semelhantes aos governos anteriores do PT.
A realidade atual do país não permite isso.
Disputemos ser a maioria, mesmo que apertada.
E nisso firmemos pé e nosso esforço.
Pela disposição do jogo em campo, vitória de 1 a 0 prá nós é goleada.
Comentários: