Existe uma movimentação cadenciada dentro do cenário político do país.
Ela vem pela articulação e pela cabeça transilvânica de Michel Temer.
A intenção é reunir a direita neoliberal brasileira, a ultradireita libertarianista do Novo, e, se possível, rachar e captar parte da extrema direita bolsonarista.
A finalidade: uma candidatura potente que seja uma espécie de terceira via para disputar a eleição presidencial do ano que vem.
Parte de Michel Temer, e, com certeza de outras figuras políticas deste campo, a intenção estratégica de isolar Bolsonaro ou quem ele indicar como candidato em seu lugar, para então vir valendo prá cima, com chances de derrotar Lula.
O mote desta movimentação é nítido: interromper todo o processo de crescimento soberano do país e frear as políticas públicas do Governo Lula, as quais vêm distribuindo renda e alcançando cidadania para milhões de brasileiros, em várias direções (educação, saúde,etc).
Um plano que seja a continuidade do programa "Ponte para o futuro" , que foi implementado tão logo o traiçoeiro Temer assumiu, junto com a direita neoliberal, o governo do país em 2016, após o golpe disfarçado de impeachment de Dilma.
Tem nome o projeto: Movimento Brasil.
A linha é explícita: privatizar o que ainda resta de estatais estratégicas para o Brasil, jogar o desenvolvimento econômico soberano do país para as cucuias ( em favor do rentismo e do mercado financeiro), promover mais precarização e exploração dos trabalhadores, diminuir os gastos públicos em políticas sociais de inclusão em favor do totem adorado chamado "austeridade fiscal", voltar a flexibilizar legislações e ações ambientais para facilitar a ação predatória e destrutiva de parte do agro , achatar o salário mínimo e os ganhos de renda das classes baixas, mexer novamente na previdência, nas aposentadorias, para prejudicar novamente as pessoas que dela mais precisam...e assim vai...
um primor ...de destruição.
Em suma: colocar o país de novo no rumo cruel do projeto neoliberal.
Que já mostrou sua capacidade de fazer estragos profundos nestas décadas de vigência, e que, por isto, é o pai e a mãe da ascensão da extrema direita.
Foi o modelo neoliberal de sociedade que pariu o neofascismo ascendente no mundo.
Bueno....mas para fazer o plano vingar, a ideia é reunir o governador gaúcho influencer Eduardo Leite, o pulha direitista Ratinho Junior, o ruralista Caiado, o ultraliberal Zema, e o preferido da Faria Lima, o bolsonarista ardiloso Tarcísio de Freitas.
Sim, parte da direita neoliberal já não se incomoda em fazer uma aliança política e eleitoral com a extrema direita ou parte dela... afinal de contas, o receituário econômico de ambas as correntes é parecido.
Com a diferença ( contornável, parece agora, para a direita neoliberal) de que a extrema direita não quer a diminuição do estado, e sim a ausência dele .
De resto ...em relação aos outros aspectos sociais.. as chamadas pautas de costumes, pautas fundamentalistas, negacionistas e violentas da extrema direita, bem..estas teriam que ser negociadas... dentro do coletivo ofídico ardilosamente chamado "3a via".
Se essa articulação em torno deste intento vai vingar ou não, depende de várias coisas e circunstâncias.
Mas o que é nítido de perceber...... já de saída... pela sua natureza.... é que o tal Movimento Brasil tem forte odor... vil, monetário, excludente e destrutivo.
Em todo caso, sendo concretizada a articulação, é mais uma pedreira a se enfrentar.
Ser esquerda no Brasil exige resiliência e atitude, e inteligência política, sobretudo.
Para militar e governar .
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